
Um sonho cumprido
Nós, os trofenses, vamos cumprir um sonho no próximo dia 5 de novembro. Um sonho acalentado por muitas gerações e que começou a ser realizado no dia 19 de novembro de 1998, quando a Trofa foi elevada a município. Uma aspiração tão justa e tão necessária, como o demonstra a evolução da nossa terra nas últimas décadas. Em 2022, a Trofa é um concelho de referência a Norte, um motor de desenvolvimento da região, onde a qualidade de vida é uma realidade.
Esta independência autárquica foi uma alegria imensa, mas nunca ficou concluída. Faltava-nos o símbolo desse poder, um espaço que representasse a nossa identidade. Faltava-nos a Casa de todos os trofenses.
No dia 5 de novembro finalmente cumprimos o nosso sonho autárquico. É com uma alegria imensa que o escrevo: vamos inaugurar os Paços do Concelho da Trofa!
O caminho para aqui chegar foi duro, mas talvez por isso mais recompensador. É a prova que os sonhos se conquistam com trabalho, que a nossa união e tenacidade são uma força poderosa. Enquanto autarca, esta é a obra de uma vida.
Até agora éramos o único município do país sem Paços do Concelho, mas não foi isso que nos animou. Os Paços do Concelho da Trofa são uma realidade pelo que simbolizam e trazem aos trofenses, quer para os que durante tantos anos lutaram pela nossa autonomia administrativa, quer para as gerações que hão de vir, porque na Trofa todos os dias projetamos o futuro.
Este é um espaço emblemático, localizado numa zona central e histórica da cidade, que faz a ligação entre o nosso passado e o nosso futuro: reabilitámos uma antiga fábrica, transformámo-la num edifício autossustentável em termos de energia e água, requalificámos a envolvente e demos mais um contributo para a revolução em curso no espaço público da Trofa.
Até agora com os serviços dispersos, os Paços do Concelho vão permitir à autarquia servir melhor os munícipes, o que é fundamental num momento histórico em que a descentralização de competências do Estado Central é um processo irreversível – e positivo para as populações, se feita de forma séria e responsável, com tempo e recursos, respeitando os cidadãos e as autarquias.
Infelizmente, tal não tem acontecido. A transferência de competências nas áreas da Educação e da Saúde não foram bem conduzidas pelo Governo e a história está a repetir-se na descentralização às “três pancadas” que agora pretende implementar na área da ação social. É fundamental que o Governo a adie, a planeie cuidadosamente com as autarquias e a reformule.
Sei bem do que falo. Quando assumi a presidência da Câmara da Trofa, em 2013, este era o segundo município mais endividado do país. Fruto do nosso trabalho, da nossa organização, do nosso planeamento meticuloso, somos agora dos municípios mais estáveis financeiramente. Com trabalho e rigor, tudo se consegue.
A Casa dos trofenses, os nossos Paços do Concelho, são, por isso, uma realidade. E o Futuro passa cada vez mais pela Trofa!
Artigo de Opinião publicado no Jornal de Notícias