PEÇA É ORIGINÁRIA DO CASTRO DE ALVARELHOS E ESTARÁ EM EXPOSIÇÃO DURANTE O MÊS DE DEZEMBRO
A rubrica “A arqueologia da Trofa expõe…” encerra o ano de 2021 com a exposição de uma mó circular rotativa, originária do Castro de Alvarelhos, em exposição na Junta de Freguesia de Alvarelhos e Guidões – Polo de Alvarelhos. A peça, da era romana, será o grande destaque no mês de dezembro.
Desde a pré-história que o homem tritura e mói produtos que fazem parte da sua dieta alimentar. A partir do momento em que a agricultura foi introduzida no quotidiano humano, e numa altura em que já se verificava uma produção substancial de cereais, a moagem alcançou outro patamar, surgindo uma das primeiras evoluções económicas da história.
Foram, ao longo do tempo, vários os tipos de sistema de trituração e moagem de produtos alimentares. As mós enquadram-se na categoria dos sistemas de moagem por fricção. Estes caraterizam-se pela composição de duas pedras: uma é a dormente, a pedra de base que não gira, e a outra é a movente, a pedra andadeira. As mós primitivas desta categoria tinham um aspeto mais rudimentar, conforme se pode observar na imagem 1. A pedra de base tinha uma forma alongada, com uma superfície alisada e ligeiramente côncava. A pedra andadeira era mais pequena e destinava-se a ser agarrada com as mãos de forma a deslizar sobre a maior para criar fricção entre ambas.
Entre outras tipologias conhecidas, as mós manuais, aqui apresentados, são do tipo circular rotativo. Para moer são necessárias duas pedras circulares em granito, perfuradas ao centro. A dormente é convexa, de superfície cónica alisada, e a movente é côncava. As faces opostas permitem o encaixe de ambas de forma a criar fricção.No mundo romano, as mós difundiram-se rapidamente tornando-se num aparelho familiar, que moía pequenas quantidades de grãos para uso diário ou semanal. Ambas provêm do Castro de Alvarelhos e foram encontradas em contexto romano.