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IV FÓRUM DO AMBIENTE DA TROFA JUNTOU ESPECIALISTAS PARA DEBATER MOBILIDADE URBANA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
07 de Junho de 2024
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A Câmara Municipal da Trofa organizou, quinta-feira, 6 de junho, o IV Fórum do Ambiente da Trofa, no auditório do Fórum Trofa XXI, com o objetivo de debater as temáticas relacionadas com a Mobilidade Urbana, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

 

Na sua quarta edição, o Fórum do Ambiente, organizado pela Autarquia Trofense tem ganho um papel preponderante no debate e partilha de experiências relacionadas com o meio ambiente.

 

O tema escolhido para o ano de 2024, juntou um conjunto de oradores especialistas que, ao longo de todo o dia, apresentaram soluções e exemplos de sucesso de boas práticas relacionadas com a mobilidade urbana e desenvolvimento sustentável, promovendo uma reflexão e um debate sobre as temáticas abordadas.

 

Sérgio Araújo, Vereador do Pelouro do Ambiente e Espaços Urbanos da Câmara Municipal da Trofa abriu os trabalhos realçando a importância, que iniciativas desta natureza, têm trazido para as cidades, na reflexão e na procura de novas soluções com vista à melhoria do meio ambiente e na contínua implementação de cidades mais verdes.

 

“Hoje não estamos cá para falar dos bons exemplos do Município da Trofa, mas sim para falar da mobilidade urbana e dos desafios para o futuro. É importante apostar na educação ambiental nas escolas, são essas crianças que serão cidadãos adultos com bases sólidas de educação ambiental, que definirão como irão se deslocar para o trabalho, para o lazer ou para o desporto”. Referiu Sérgio Araújo, Vereador do Pelouro do Ambiente e Espaços Urbanos da Câmara Municipal da Trofa

 

Dividido em três painéis, “A Sustentabilidade Ambiental”, “Promoção da Intermodalidade e dos Serviços de Mobilidade” e “Políticas de Mobilidade Urbana Sustentável”, o primeiro painel colocou Ariana Pinho, Área Metropolitana do Porto, a moderar três oradores. Sérgio Pinto Cardoso da Unidade Local de Saúde do Médio Ave, Paula Nunes da Silva da Quercus e João Joanaz de Melo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

 

Sérgio Pinto Cardoso da Unidade Local de Saúde do Médio Ave abordou os benefícios da mobilidade ativa para a saúde, com especial incidência nos incentivos para a prática da atividade física. Na sua apresentação explicou pequenos gestos na rotina quotidiana das pessoas para o combate ao sedentarismo, “mobilidade ativa implica atividade física que ajuda no aumento da confiança, competências sociais, melhora a coordenação, concentração e o sono, fortalece os músculos e os osso e atividade física estimula o bem-estar e facilita a aprendizagem”.

 

Paula Nunes da Silva da Quercus foi a oradora que se seguiu, com uma intervenção cronológica da evolução e o impacto da mobilidade nas alterações climáticas, identificando os diferentes tipos de mobilidade, rodoviários, ferroviários, marítimos e aéreos. “Importa salientar e refletir sobre o impacto dos transportes na emissão de gases que contribuem para o efeito de estufa, que na União Europeia, ronda os 28%.”

 

No final da sua apresentação, Paula Nunes da Silva deixou sugestões para implementação nas autarquias como a criação de zonas de limitação de veículos, aumentar e/ou criar pontos de abastecimento e infraestruturas para o efeito e promover a prática de boleias partilhadas e o uso de transportes públicos.

 

A terminar o primeiro painel, João Joanaz de Melo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa lançou os desafios da descarbonização no setor dos transportes, com destaque para o Acordo de Paris, para o Pacto Ecológico Europeu e para a importância do PART - Programa de Apoio à Redução Tarifária, um programa que tem por objetivo combater as externalidades negativas associadas à mobilidade, nomeadamente a exclusão social, a emissão de gases de efeito de estufa, a poluição atmosférica, o congestionamento, o ruído e o consumo de energia, visando atrair passageiros para o transporte coletivo, apoiando as autoridades de transporte com uma verba anual, que lhes permita operar um criterioso ajustamento tarifário e da oferta.

 

No segundo painel da manhã dedicado à “Promoção da Intermodalidade e dos Serviços de Mobilidade” e sob a moderação de Pedro Barradas, Armis Group, Rui Velasco Martins do IMT - Instituto da Mobilidade e dos Transportes e Inês Viegas, Board Member da Transportes, Inovação e Sistemas foram oradores especialistas.

 

Rui Velasco Martins abordou a temática relacionada com a mudança de paradigma: Nova Cultura de acessibilidade e mobilidade, elogiando as medidas adotadas pelo Município da Trofa, desde as Trofinetes, à melhoria de espaços como a Alameda da Estação, passando pelos postos de carregamento elétricos existentes da cidade da Trofa até à política de boleias partilhadas implementando pela Autarquia Trofense.

 

Para além dos elogios à Câmara Municipal da Trofa, Rui Vasco Martins apresentou os projetos desenvolvidos pelo IMT como o Projeto Português Cooperative Streets (C-Streets), desenvolvido entre 2019 e 2023, com o objetivo de implementar pilotos no âmbito dos serviços cooperativos de sistemas de transporte inteligentes em várias áreas urbanas e metropolitanas como o caso da Trofa, dando continuidade ao âmbito do projeto C-Roads Portugal e à sua integração na Plataforma Europeia C-ROADS.

 

Rui Velasco Martins por fim reforçou uma das boas práticas governamentais, o Programa incentiva +TP financiado por consignação de parte das receitas das taxas de carbono, bom exemplo do pagador para o beneficiador.

 

Por seu lado, Inês Viegas apresentou a tecnologia ao serviço da mobilidade através do exemplo do programa C-Streets e elogiando o modelo da Câmara Municipal da Trofa através da Loja da Mobilidade, “um exemplo que uma autarquia olhou para as pessoas, a loja da mobilidade é um bom exemplo de que devemos estar no caminho da acessibilidade para todos”.

 

Inês Viegas realçou também o papel da tecnologia em diferentes formas de mobilidade como a mobilidade escolar e empresarial através da criação de aplicações que facilitem a mobilidade de alunos, no caso escolar, e na vertente da mobilidade empresarial salientou as apps e sistemas de digitais de informação que permitem o agendamento de escritórios, reservas de lugar em transportes corporativos partilhados e reservas de car sharing.

 

A parte da tarde do IV Fórum do Ambiente foi preenchida pelo terceiro painel: “Políticas de Mobilidade Urbana Sustentável”. Com uma visão sobre as políticas públicas de mobilidade, Avelino Oliveira, Presidente da Ordem dos Arquitetos, apresentou um conjunto de medidas e ações realçando e defendendo a diferenciação das políticas públicas “Importa refletir sobre a caracterização do espaço urbano, desde a paragem do autocarro, até ao interface. O pais não tem dado importância é políticas especificas para estes temas. Não podemos considerar que uma paragem de autocarro, ou que um terminal de transportes não seja um edifício pensado para o efeito. Em vários países, esses mesmos terminais são polos de geradores de economia, com espaços comerciais e com outros serviços”.

 

Daniel Casas-Valle, urbanista, com uma vasta experiência em planeamento urbano, ensino e investigação e com vários projetos de urban design e estudos de planeamento e sócio fundador da associação the Future Design of Streets, foi o segundo orador da tarde abordando a temática relacionada com o desenho urbano como indutor de modos suaves e ativos.

 

Com especial enfoque no desenho urbano e na importância das vias pedestres e rodoviárias, Daniel Casas-Valle defende o “equilíbrio entre três pontos é a chave ao desenhar uma rua, o social, a ecologia e a mobilidade. O que devemos alcançar é a fusão entre as três áreas, é a ligação entre o factor social com a ecologia e a mobilidade, ou seja, ruas com bancos para sentar, arvores para baixar a temperatura das vias e permitir melhor deslocação e mobilidade pedonal.”

 

Ainda no painel da tarde, Sandra Lameiras da OPT - Otimização e Planeamento de Transportes, S.A, teve a seu cargo apresentação de exemplo de PMUS - Planos de Mobilidade Urbana Sustentável, nomeadamente na importância da versão dos PMUS 2.0.

 

Os PMUS 2.0 têm como objetivo estabelecer uma estratégia para a mobilidade sustentável e serão uma ferramenta essencial de planeamento das ações a implementar no território, a par com outros documentos estratégicos dos municípios como os PDMs.

 

Sandra Lameiras enalteceu também a importância da participação ativa da população, a utilização de tecnologia, a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e do espaço urbano, em linha com as preocupações com a saúde e orientada para a resolução de problemas ambientais, são algumas das novas diretrizes do PMUS.

 

A fechar o painel, o Vereador da Câmara Municipal de Vila Real, Adriano Sousa, demostrou a importância da estratégia na promoção e desenvolvimento de projetos sustentáveis, apresentando o exemplo das medidas Implementadas no Concelho de Vila Real.

 

A quarta edição do Fórum do Ambiente da Trofa terminou com a intervenção do Presidente da Câmara Municipal da Trofa, em exercício, António Azevedo, agradecendo a participação de todos os oradores e de todos os participantes, “As escolhas dos temas para esta edição foram preponderantes e enriquecedoras para todos os participantes, ajudando a melhorar as condições de mobilidade urbana e de desenvolvimento sustentável”.

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