EXPOSIÇÃO REÚNE TRABALHOS REALIZADOS NO 1º CURSO DE ESCULTURA E PINTURA DE ARTE SACRA

 

A Casa da Cultura da Trofa recebe, a 14 de setembro, a primeira exposição dos formandos do 1º curso de escultura e pintura de Arte Sacra intitulada “Na senda das Santeiras dos Coronado”. A exposição estará patente de 14 de setembro a 4 de outubro.

 

“Na senda das Santeiras do Coronado” retrata o percurso dos formandos, ao longo da sua aprendizagem, nas áreas do desenho, da pintura e da escultura que estão na base desta arte do saber fazer.

 

É objetivo desta exposição partilhar e valorizar a arte dos Santeiros e imprimir uma nova dinâmica a este ofício de importância patrimonial para o Concelho da Trofa. 

 

Recorde-se que em julho passado, a Autarquia Trofense abriu o Atelier Municipal de Arte Sacra, uma valência própria, situada na antiga Escola de Feira Nova, em São Mamede do Coronado.

 

Neste espaço, os alunos que terminaram o curso profissional Escultura e Pintura de Arte Sacra da Trofa poderão desenvolver a sua arte, agora vocacionada para o mercado de trabalho, dando continuidade aos conhecimentos que adquiriram e ao esforço da Autarquia em manter viva este saber-fazer centenário.

 

A exposição estará aberta ao público, de segunda a sexta, das 9h00 às 17h00 e sábados, das 13h00 às 18h00.

 

SOBRE OS ARTISTAS

 

ANA PEREIRA

Nascida em Santo Tirso com os olhos no mundo, mas os pés e o coração sempre em Portugal. Na vida sempre balançou entre a arte e o engenho, contudo, por opção, rumou a Coimbra e fez-se engenheira mecânica. Em 2023, surgiu o Curso de Escultura e Pintura de Arte Sacra e a paixão pela arte ressurgiu. Um ano e meio vivido com muita intensidade, alegrias, amizades e também frustrações pelos resultados esperados e não alcançados. O cansaço ao fim do dia, mas a satisfação de um objetivo alcançado com sucesso. Agora, aos 56 anos, quer continuar a aprender e mostrar a todos do que é capaz, fazendo o que mais gosta.

 

ANA PAULA PEREIRA DA SILVA

Concluiu o Curso de Escultura e Pintura de Arte Sacra, em São Mamede do Coronado, frequentou diversos cursos de Formação Contínua da Escola de Belas Artes do Porto, é Mestre em Engenharia Civil pela Universidade do Porto e é Membro Sénior da Ordem dos Engenheiros, onde frequentou um curso de fotografia.  Pinta há mais de 30 anos, tendo participado em algumas exposições coletivas, a primeira em 1987 na Fundação Engenheiro António de Almeida, no âmbito do Atelier/Escola de Pintura de Cedofeita, sob a orientação da artista plástica Maria Gabriela Pinheiro e a mais recente, já em 2024, na Cooperativa de Atividades Artísticas – Árvore, no contexto do Curso de Desenho/Pintura orientado pelo artista plástico Acácio Carvalho.

 

CARLA VERÔNICA RODRIGUES SILVA

Luso brasileira, natural do Rio de Janeiro, vive há sete anos na Trofa, freguesia do Muro. A sua principal atividade profissional foi na área financeira, com experiência na banca e como administrativa em empresas. Pela arte tinha amor, mas só fazia peças para casa. O Curso de Escultura e Pintura de Arte Sacra, em São Mamede do Coronado, e a aprendizagem com os Santeiros foi a sua maior experiência no meio artístico, onde desenvolveu aptidões. Sobre os seus trabalhos refere: “nas minhas criações sempre olho onde estou trabalhando e vejo o que o material me oferece e, através desse olhar, deixo a minha imaginação e o coração me guiar”.

 

ELIANA MANUEL PINHO

Vive no Porto e desenvolve a sua prática artística em escultura, desenho e instalação. Trabalha a presença do corpo na produção e na fruição da obra artística. Procura a articulação dos sentidos da visão e do tacto e processos de diálogo entre gesto e matéria. Expõe regularmente desde 2010, venceu o Concurso de Escultura | FAMP 2022 do Festival das Artes em Madeira de Paredes e foi selecionada para a IV Bienal de Desenho de Almada. Frequentou a licenciatura de Artes Plásticas - Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e fez o Curso de Escultura e Pintura de Arte Sacra em São Mamede do Coronado. Tem formação científica e foi professora e investigadora nas áreas de matemática e de matemática e arquitetura.

 

 

ELSA SILVA

Nascida em 2004, vive na freguesia do Muro, concelho da Trofa. Desde tenra idade que demonstra interesse pelas artes e pela moda. Inspira-se na natureza e na música para manter o ritmo e o foco. Seguiu um curso profissional de Modelista de Vestuário, na Escola de Moda do Porto, com duração de três anos, que concluiu em 2022. Frequentou, entre 2023 e 2024, o Curso de Escultura e Pintura de Arte Sacra que designa por “um sonho, um milagre”. Optou por esta formação pela oportunidade de desenvolver as técnicas da escultura e da pintura, contudo, acabou por se interessar pela temática da arte sacra. Pretende continuar a desenvolver aptidões neste que é o mundo das artes que comanda os seus estímulos e a vontade de aprender.    

 

FÁTIMA OLIVEIRA

Nascida no Porto, em 1979, é filha única de uma família humilde que escolheu a Trofa para viver há mais de 45 anos. Menina de brincar na rua e de jogar à bola com os vizinhos até ao cair da noite. O gosto e a prática do futebol sempre a acompanharam até aos dias de hoje. Aluna de notas razoáveis, com distinção no desporto. No 11° ano surgiram sonhos e ambições que a levaram a suspender os estudos e a entrar no mercado de trabalho. Aos 18 anos, com dúvidas e receios, mas focada em realizar sonhos, assina o primeiro contrato de trabalho. Um caminho que nem sempre foi fácil, mas de muita aprendizagem, tempos para adquirir saberes e fazeres nos mais variados setores profissionais, principalmente na indústria automóvel e na hotelaria. Posteriormente, conclui o 12.º ano e ao longo dos anos frequenta formações, com o prepósito de evoluir a nível pessoal e profissional. Em 2023 iniciou o Curso de Escultura e Pintura de Arte Sacra. Após 17 meses de aprendizagem, vê-se a expor os seus trabalhos, ainda que de uma forma simples e pura, mas cheia de orgulho e vontade de continuar. 

 

LÍGIA RIOS

É uma entusiasta, apaixonada por colocar a mão na massa. Desde cedo, desenvolveu uma ligação profunda com a arte de criar, explorando diversas formas de expressão manual. Acredita que o processo criativo ganha vida quando há uma conexão física e visceral com os materiais e é através desse envolvimento direto que encontra a verdadeira essência da expressão pessoal. Cada projeto torna-se uma jornada única, onde a textura, as cores, os materiais, a forma e a experiência tátil desempenham um papel fundamental na criação de algo autêntico e significativo. Essa abordagem prática e apaixonada é o que impulsiona o seu desejo contínuo de explorar… de aprender. Lígia Rios é designer de moda de formação e uma das fundadoras e criativas da Art-Ividade Associação, que se dedica ao reaproveitamento de materiais desperdiçados através de oficinas e atividades artísticas. Atualmente, encontra-se a frequentar o curso de Artes Visuais e Tecnologias Artísticas na Escola Superior de Educação do Porto.

 

MARIA JOÃO GONÇALVES

Nasceu em 2000 e é natural da Trofa. Começou o seu percurso artístico na Escola Artística Soares dos Reis, no Porto, em Comunicação Audiovisual – Especialização Multimédia. É licenciada em Artes Plásticas e Tecnologias Artísticas pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Decidiu aprender com os mestres o trabalho na madeira na formação de Escultura e Pintura de Arte Sacra. Atualmente divide o seu tempo entre a criação artística e o seu percurso académico. Continua na autodescoberta e com fome de conhecimento.

 

MARIA LUCÍLIA

“não é sonho, é desafio”

A viver no concelho de Santo Tirso há 33 anos, tem 60 anos, é casada e mãe de três filhos. Jamais se tinha imaginado “fazer arte” até ao momento em que entrou no Curso de Escultura e Pintura de Arte Sacra. Nunca se tinha ocupado a desenhar, a pintar ou a esculpir. Em vez disso, o contacto com a natureza e, em particular, com as plantas, foi sempre privilegiado. Teve um percurso académico e profissional ligados às ciências exatas e tecnologias industriais. Licenciou-se em Química pela UP, fez mestrado em Química Têxtil pela UM e trabalhou sempre na indústria têxtil. A frequência deste curso foi a combinação ideal entre o gosto por objetos e peças em madeira (para si a rainha das matérias primas, pois sendo natureza morta consegue permanecer viva) e a aprendizagem de uma arte/ofício com décadas do saber fazer, recorrendo a técnicas tradicionais. Foi o início de um caminho novo. Mas muito caminho ainda há para percorrer na aprendizagem continua de um legado único de mestres Santeiros do Coronado.

 

REBECCA L. GOUVEIA

Natural do Brasil - Recife. Licenciada em Artes, pela Universidade Federal de Pernambuco, com outras formações académicas: Design Gráfico pelo IFPE e uma especialização em Literatura para a Infância – E.S.E. Paula Frassinetti. Possui experiência no setor museológico em diversas instituições, destacando-se o Instituto Ricardo Brennand (BR) e Fundação Eugénio de Almeida (PT). Ingressou na Universidade de Évora, no Mestrado em Gestão e Valorização do Património Histórico e Cultural. Participou neste projeto, de saber fazer artístico em Arte Sacra, e segue com determinação em ultrapassar as dificuldades, como a mudança para o Minho. O uso de novos materiais e técnicas, algumas nunca antes executadas, como a madeira e o desafio do tridimensional, são processos que a inspiram. A expectativa é de que possa vir a ser bem-sucedida, tendo em vista esta pequena mostra do que foi elaborado num curto tempo de aprendizagem.

 

SORAIA MARGARETE

Nascida em Angola, em 1974. Com nacionalidade Portuguesa, vive em Santo Tirso, distrito do Porto. Durante 25 anos a sua carreira esteve associada à área têxtil como Designer de Moda. No ano 2023 ingressou na Formação de Escultura e Pintura de Arte Sacra, por ter sido um caminho aberto de grande inspiração, associado à arte e a vários ofícios com o título de “SABER FAZER”. O passar “SABER FAZER” orientou a sua mente para um caminho que a elucidou das suas capacidades de desenvolvimento de vários ofícios (escultura em madeira, pintura a óleo, desenho de vários materiais, conservação e restauro e marcenaria). Surgiu nela a noção da sua criatividade mais independente relativa à ARTE que lhe deu coragem para investir numa nova mudança de carreira.